Por Lusa:
Cirurgias e consultas adiadas em hospitais e centros de saúde são os efeitos da greve nacional de médicos de hoje no Alentejo, com uma adesão de 92% e “superior” à registada na anterior, segundo fonte sindical.
Na região do Alentejo, a adesão à greve de hoje é de “92% e superior” à registada na anterior, que decorreu no dia 26 de outubro, disse à agência Lusa o secretário regional do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Armindo Sousa Ribeiro.
Segundo o também médico, a adesão à greve nos hospitais e centros de saúde do Alentejo está a provocar, sobretudo, adiamento de consultas e cirurgias e situa-se nos 78% no distrito de Beja, nos 83% no distrito de Évora, nos 89% no distrito de Portalegre e nos 92% no litoral alentejano.
No hospital do litoral alentejano, situado em Santiago do Cacém, só uma das três salas do bloco operatório está a funcionar e o serviço de consultas externas está a ser “afetado” e, por isso, várias cirurgias e consultas foram adiadas, disse Armindo Sousa Ribeiro.
No hospital de Évora, várias consultas externas e cirurgias foram adiadas e só duas das cinco salas do bloco operatório estão a funcionar, precisou.
O mesmo cenário repete-se no hospital de Portalegre, onde apenas duas das três salas do bloco operatório estão a funcionar e várias cirurgias e consultas foram adiadas, disse.
Apesar de a adesão à greve de hoje ser superior à registada na anterior, há mais salas de bloco operatório a funcionar nos hospitais de Évora e Portalegre porque estão “a recorrer a médicos tarefeiros” para a realização de cirurgias, disse Armindo Sousa Ribeiro.
O hospital de Beja é o único do Alentejo com o bloco operatório a funcionar normalmente e, por isso, não houve adiamento de cirurgias devido à greve, indicou à Lusa a delegada distrital de Beja do SIM, Luísa Guerreiro.
Segundo a também médica, “só três médicos fizeram greve” no serviço de consultas externas do hospital de Beja, o que provocou o adiamento de algumas consultas.
A Lusa contactou os conselhos de administração do hospital de Évora e das unidades locais de saúde do Baixo Alentejo, do Norte Alentejano e do Litoral Alentejo, os quais, através de fontes oficiais, remeteram a prestação de dados sobre a adesão à greve para o Ministério da Saúde.
Através da greve nacional de hoje, convocada pelo SIM e pela Federação Nacional dos Médicos, os clínicos reclamam a redução de 18 para 12 horas semanais dos turnos nos serviços de urgência e a diminuição dos utentes por médico de família de 1.900 para 1.500 pessoas.
Os médicos reclamam também a reformulação dos incentivos à fixação em zonas carenciadas, uma revisão da carreira médica e respetivas grelhas salariais e a diminuição da idade da reforma para os médicos, entre outras medidas.
A greve nacional de médicos afeta consultas e cirurgias programadas, mas estão assegurados os serviços mínimos, como urgências, quimioterapia, radioterapia, transplante, diálise, imuno-hemoterapia ou cuidados paliativos em internamento.