Os cinco candidatos à presidência da Câmara de Beja reconheceram ontem que a criação de mais habitação social e para jovens tem de ser uma das grandes prioridades do município alentejano no próximo mandato autárquico.
Num debate na RTP3, o atual presidente da autarquia, o socialista Paulo Arsénio, que é candidato ao terceiro mandato, assumiu que a habitação para jovens “é um ponto fundamental” no programa eleitoral do PS.
Por isso, frisou, os socialistas ambicionam disponibilizar, até 2029, mais 257 fogos na cidade, assim como garantir “arrendamento acessível para 100 famílias jovens”.
Por sua vez, o candidato da CDU, o vereador Vítor Picado, anunciou que a coligação liderada pelo PCP defende a “requalificação do centro histórico e dos bairros sociais”, assim como “a recuperação do edificado devoluto nas freguesias rurais”.
O cabeça de lista comunista acusou ainda o PS de ter “falhado rotundamente” na execução da Estratégia Local de Habitação (ELH) no concelho.
Uma opinião reiterada pelo também vereador Nuno Palma Ferro, candidato da coligação Beja Consegue, que junta PSD, CDS-PP e IL, que disse que, no âmbito da ELH, a câmara municipal fez “zero fogos” em quatro anos.
Por isso, a sua candidatura tem como ‘bandeiras’ a disponibilização de habitações com “rendas acessíveis” e a criação “de novos loteamentos para jovens”.
Já o candidato do Chega, o engenheiro ambiental David Catita, defendeu uma revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) e a desafetação de terrenos atualmente classificados como Reserva Agrícola Natural (RAN) à volta da cidade, para Beja poder ter “mais habitação, mais empresas e mais indústria”.
“Habitação social na devida medida” e “mais habitação para a classe média” foram outras das propostas apresentadas pelo cabeça de lista do Chega.
Por fim, a candidata do Bloco de Esquerda (BE), a economista Madalena Figueira, criticou a proposta de desafetação de terrenos de RAN, propondo em alternativa “a reabilitação do centro histórico” da cidade, para garantir mais fogos para habitação.
“O centro histórico é uma ‘cidade fantasma’, com 500 fogos devolutos”, ilustrou a candidata, que considerou ainda ser necessário que a câmara municipal tenha “uma política de habitação de ‘mãos dadas’ com a política social”.
Ao longo do debate, que durou cerca de uma hora, os candidatos à Câmara de Beja discutiram ainda temas como transportes e mobilidade, além de fazerem um balanço dos oito anos de governação socialista no município.
Nesse âmbito, a candidata do BE criticou a “baixa execução orçamental” apresentada pelo atual executivo, enquanto o cabeça de lista do Chega aludiu à “necessidade de mudança” numa cidade “parada no tempo”.
Já o candidato da coligação Beja Consegue frisou que “em oito anos o PS não conseguiu mobilizar nada que fosse estruturante” para o território, ao passo que o cabeça de lista da CDU criticou a “estagnação, inação, imobilismo e descrença” do concelho devido à governação socialista.
Na avaliação aos seus mandatos, o candidato do PS disse que o “trabalho autárquico é sempre um trabalho inacabado” e que quer continuar “a fazer a diferença na vida das pessoas”.
Nas eleições autárquicas de 2021, o PS obteve três mandatos, os mesmos que a CDU, e a coligação Beja Consegue elegeu um vereador.
As eleições autárquicas realizam-se em 12 de outubro.
Rádio Pax / Lusa