Faleceu Reinaldo Assunção, o homem, de 76 anos, que terá sido vítima de espancamento e maus-tratos.
A vítima encontrava-se internada no Hospital de Beja.
Segundo Ana Assunção, filha da vítima, nos últimos dias o pai apresentava algumas melhorias. “Ainda ontem ligámos para lá (Hospital de Beja) e disseram-nos que estava melhor. Nunca imaginámos que isto viesse a acontecer”, desabafou.
Reinaldo Assunção foi em estado grave para a urgência do hospital depois de incendiar a própria habitação – facto que confessou à Polícia Judiciária.
O fogo ocorreu perto de Beja, no passado dia 5 de julho.
Inicialmente tudo indicava que os ferimentos tinham sido causados pelas chamas. Mais tarde, a Rádio Pax ficou a saber que a vítima não apresentava qualquer queimadura. “Todos os ferimentos foram resultado de espancamento e maus tratos”, revelou um elemento próximo da família.
O homem ficou com várias costelas partidas que terão perfurado um dos pulmões. Sofreu ainda outros ferimentos em que o mais grave foi um traumatismo crânio-encefálico.
Ana Assunção não tem dúvidas que os principais suspeitos dessas agressões são a companheira do pai e a filha, fruto de outro relacionamento.
“Este não foi um caso isolado de violência doméstica. Houve uma vez em que ela (a companheira do pai) me disse que queimou o meu pai com um ferro de passar”, acrescentou.
Ana Marta, enteada de Reinaldo Assunção, afirmou, em exclusivo, à Rádio Pax, que sempre tratou bem o companheiro da mãe. “Não faz qualquer sentido afirmarem que eu ou a minha mãe o espancamos ou tratámos mal. É verdade que ele, psicologicamente, não estava bem. Depois do AVC sentiu que já não era a mesma pessoa e começou a ameaçar-nos que destruía o monte e que se matava”, revelou. “Era eu que lhe dava de comer, fazia as compras. Comprava-lhe sempre uma cervejinha que ele gostava muito. Eu sempre o tratei bem. Fiquei triste quando soube do seu falecimento. Ele podia ter confirmado tudo isto”, acrescentou a enteada.
O resultado da autópsia, que se realiza esta terça-feira, poderá ajudar a esclarecer muitas dúvidas à Polícia Judiciária, que está a investigar o caso.