Hospital de Serpa vai encerrar urgência noturna

A Câmara Municipal de Serpa foi informada que, a partir de janeiro de 2022, não será assegurada a abertura noturna (entre as 00.00 h e as 8.00 horas) da Urgência do Hospital de São Paulo, por falta de pessoal médico.

Em nota de imprensa enviada às redações, a autarquia diz que este é “um problema recorrente, registado por diversas vezes nos últimos anos, e que, mais uma vez dá razão à posição defendida pela Câmara Municipal de Serpa: é necessário e urgente o retorno e integração do Hospital de São Paulo, no Serviço Nacional de Saúde”.

Na ótica do município, “só um serviço de saúde público, universal, geral e gratuito poderá garantir o direito à saúde da nossa população”.

Recorde-se que o Hospital é gerido pela Santa Casa da Misericórdia de Serpa.

Também a Comissão de Utentes de Serviços Públicos do Concelho de Serpa se manifestou, em comunicado, sobre o encerramento daquele serviço.

Tal como a autarquia, a Comissão de Utentes defende, também, que “este hospital deveria ter gestão pública” e estar “inteiramente integrado no SNS”.

De acordo com a nota enviada às redações, a Comissão salienta que “temos assistido a uma degradação dos serviços de saúde no concelho, sendo este mais um lamentável episódio no filme de terror que se converteu a saúde neste território”.

Acrescenta que “as populações têm sido sempre as prejudicadas com as decisões que conduziram a diminuição do acesso aos serviços de saúde”.

A Comissão assegura que irá “desenvolver todas as ações, no sentido da manutenção das urgências 24 horas”.

Além da Câmara de Serpa e da Comissão de Utentes, também, a Direção Regional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) se manifesta, em nota de imprensa, sobre esta situação.

O SEP considera “inadmissível que uma entidade privada que gere uma instituição do SNS decida encerrar um serviço público, prejudicando, assim, as populações que o Hospital serve”.

Nesse sentido, o sindicato afirma que “a única alternativa é a ULSBA / ARS voltar a gerir o Hospital, como acontecia antes do Acordo de Cooperação”.