ICNF atento aos ninhos de águia-caçadeira em Castro Verde

Fotografia|Birdbook

O Instituto de Conservação da Natureza e Florestas (ICNF), através da Direção Regional de Conservação da Natureza e Florestas do Alentejo, está a levar a cabo uma campanha de salvamento da águia-caçadeira (Circus pygargus) em colaboração com o Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO/InBIO), da Universidade do Porto.

Com o objetivo de conseguir conciliar o corte de searas com a proteção dos ninhos de águia-caçadeira foram contactados, durante o mês de junho, 26 agricultores da ZPE de Castro Verde.

A sua ação, com a estreita colaboração da Liga para a Proteção da Natureza (LPN), permitiu identificar a localização de ninhos, marcação e monitorização de crias e instalar proteções anti-predadores.

Os ninhos estão a ser detetados em culturas de cereais, como a aveia, o trigo e a cevada, e, até à data, foram acompanhadas 12 ceifas, tendo sido detetados 15 ninhos. A maioria destes ninhos ainda se encontra com ovos, pelo que só foram anilhadas 9 crias, colocando-se as respetivas proteções em torno dos ninhos.

“A águia-caçadeira tem um estatuto de ameaça “Em perigo” de extinção em Portugal e tem registado um declínio continuado no território nacional. A sua distribuição é maior nas planícies alentejanas, frequentando terrenos abertos com poucas árvores, nomeadamente áreas de culturas de sequeiro, pastagens ou pousios. É nas searas que esta espécie instala os seus ninhos, geralmente no meio de vegetação alta”, explica o ICNF.

“As posturas podem ter até 5 ovos e a incubação dura 28 ou 29 dias, estando as crias prontas para voar ao fim de 40 dias. Alimenta-se principalmente de insetos, nomeadamente, gafanhotos, mas passeriformes, répteis e mamíferos também estão entre a sua dieta. Sendo aves migradoras, chegam a Portugal a partir de março, podendo regressar a África a partir de agosto”.