As previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 31 de março, apontam para uma “melhoria do desenvolvimento dos cereais de inverno, resultado da ocorrência de precipitação ao longo do mês, principalmente nas searas instaladas em solos de maior aptidão cerealífera (que resistiram com maior resiliência à seca dos últimos meses)”.
Ainda assim, o Instituto estima diminuições generalizadas da produtividade na ordem dos 10% no centeio, 15% no trigo e 20% na aveia e triticale, face a 2021.
Os aumentos significativos do preço dos meios de produção, em conjunto com as condições meteorológicas adversas, contribuíram para a diminuição da área instalada em 6%.
O INE sublinha ainda que a instabilidade resultante da intervenção militar da Rússia na Ucrânia refletiu-se na cotação internacional do trigo o que, face à dependência externa de Portugal “irá aumentar o desequilíbrio da balança comercial”.
O INE não prevê quebras na cadeia de abastecimento dado o reduzido peso das importações diretamente provenientes da Ucrânia e da Rússia.
Francisco Palma, presidente da Associação de Agricultores do Baixo Alentejo, frisa que a precipitação de março e abril foi fundamental para as pastagens e searas.
