A obra conta a história, entre outros, de Maria Paloma, refugiada da guerra civil de Espanha; de uma mulher de origem angolana que “acende chamas nas palmas das mãos desde o dia em que perdeu o filho no campo de concentração do Tarrafal”; de um marido que acredita que a mulher “o traiu com o silêncio porque o filho é mudo”; de um primo de Catarina Eufémia; de um rapaz que “ficou preso nas almas dos pássaros que matou”; de um sábio “alagado em gramática”; de uma solteirona chamada Mônica Lisa e de uma mãe que “só cometeu um pecado na vida, o de roubar um dicionário a um vizinho e descobrir neste o significado da palavra utopia”. Em comum as personagens têm o espaço que habitam, um prédio na cidade de Beja.
Jorge Serafim afirma que na obra cruzam-se “vidas e histórias”, numa evocação da “memória e do respeito”. O livro percorre as invasões francesas, as lutas liberais, a guerra civil de Espanha e a guerra colonial.