O Observatório do Baixo Alentejo quer que aquela região se assuma como motor para a criação do supraterritório do Sudoeste Ibérico.
A proposta foi apresentada ao gabinete do primeiro-ministro no âmbito do Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020 – 2030.
De acordo com aquela entidade associativa, atualmente em fase de constituição, “os maiores desafios do Baixo Alentejo são ganhar dimensão e escala, servir o País e contribuir para a criação do Sudoeste Ibérico, afirmando a oportunidade e a pertinência do seu potencial”, refere o documento, “recordando que já existem projetos e infraestruturas que é necessário ‘consolidar’ e rentabilizar”.
Segundo o documento enviado à Rádio Pax, “a dimensão destes projetos vai para além do próprio território do Baixo Alentejo, envolve o sul de Portugal, parte do sul de Espanha e o norte de África. São regiões com elevados índices de pobreza, desertificação e despovoamento que urge contrariar.”
Jorge Barnabé, porta-voz daquela entidade associativa refere, em declarações à Rádio Pax, que “fazia todo o sentido que o primeiro documento a apresentar [pela associação] fosse o dos contributos para a valorização do Plano de Recuperação Económica”.
“Há um conjunto de propostas que nós apresentámos que vistas de uma só forma, de uma forma integrada, permitem perceber que o Baixo Alentejo é uma região decisiva no desenvolvimento de Portugal, nos próximos anos, mas também daquilo que nós definimos como o Corredor do Sudoeste Ibérico” explica.
O Baixo Alentejo tem, para Jorge Barnabé, “um grande potencial”.
“Aquilo que se pretende é criar uma estratégia de desenvolvimento integrado, pensado a partir do Baixo Alentejo e tendo como referência um território muito mais vasto que é o Sudoeste Ibérico” acrescenta o porta-voz da associação.
“Acreditamos que esta entidade é oportuna para poder criar a pressão e o pensamento necessários para que os projetos no futuro sejam avaliados (…)”, frisa.
“A afirmação do Sudoeste Ibérico é não só a afirmação do Baixo Alentejo e do seu território, como também do Alto Alentejo, do Algarve, da Andaluzia e da Extremadura espanhola, acrescentando valor, experiências e riqueza essenciais à afirmação de um supraterritório que seja dinâmico entre si, solidário e complementar”.
Entre as propostas para concretização deste projeto encontra-se a potenciação das infraestruturas de transportes, (criação de ligações ferroviárias e rodoviárias entre o Baixo Alentejo, o Algarve e a Andaluzia) bem como a criação de um “hinterland’ ibérico a partir do aeroporto de Beja, em interligação com a futura plataforma logística de Vendas Novas.