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Passadiços do Pulo do Lobo poderão ser visitados no próximo ano

Passadiços do Pulo do Lobo poderão ser visitados no próximo ano

Câmara de Serpa investe mais de 460 mil euros na construção dos passadiços no Pulo do Lobo. A obra financiada por fundos comunitários via permitir descer a encosta e observar as várias espécies de flora e fauna num território inserido no Parque Natural do Vale do Guadiana.

A obra iniciou-se no passado mês de janeiro e deverá estar concluída até final do ano, representando um investimento de 463 mil euros. Os passadiços do Pulo do Lobo vão permitir descer a encosta, até ao Guadiana, e observar várias espécies de fauna e flora, num projeto que terá várias componentes, entre as quais estruturas interpretativas e ações de sensibilização ambiental.

“A criação dos passadiços do Pulo do Lobo decorre da estratégia de desenvolvimento traçada pela Câmara de Serpa, onde a salvaguarda e valorização do património são determinantes, neste caso do património natural”, refere Tomé Pires, presidente da autarquia, acrescentando que os passadiços que estão a ser construídos pela encosta da margem esquerda do Guadiana e que se estendem até à queda de água vão “valorizar a paisagem, permitindo a circulação e acesso à margem do Rio Guadiana, nas imediações da cascata, através de estruturas [em madeira] de acesso exclusivamente pedonal e integradas no meio natural”.

 O município está também a instalar sinalética e estruturas interpretativas e informativas do espaço envolvente que permitem “sensibilizar para a preservação e conservação da riqueza natural, ambiental e paisagística” do Parque Natural do Vale do Guadiana. Chegar ao local, através de Serpa, é agora mais fácil e seguro. O caminho de acesso, com cerca de seis quilómetros, até há pouco em terra batida, foi intervencionado, tendo sido criado um parque de estacionamento.

Os 50 metros, íngremes, até à margem do rio vão poder ser feitos em segurança, através de uma escadaria em madeira, com cerca de 300 degraus. Ao longo das escadas, a cada 18 degraus, existem patamares para descanso dos visitantes e que servem também como miradouros. “Antes de começar a descida”, os visitantes são aconselhados a “apreciar toda a paisagem que se avista da meia encosta e o gigante e sinuoso corredor em que a água corre, entre grandes paredes rochosas”.

No espaço existem dois vales, uma dos quais é bastante largo e arredondado, tendo sido escavado ao longo de milhares de anos pela força das águas que desciam da nascente em direção ao mar. A diminuição do caudal, em virtude da última glaciação, iniciou um processo de escavação de um outro canal, aquele que a água percorre agora, mais fundo, a que se dá o nome de “Corredoura”.

Segundo explica a Câmara de Serpa, a cascata do Pulo do Lobo é uma queda de água situada no Rio Guadiana, que se formou “do contacto com os quartzitos mais duros aqui existentes”. Com cerca de quatro metros é considerada uma das mais altas quedas de água a sul do país, e “um verdadeiro monumento natural onde a composição cénica de rara beleza se conjuga com as particularidades geomorfológicas e o elevado interesse deste local em termos de biodiversidade”.

Formada pelas águas do Rio Guadiana, a cascata tem “águas claras e cristalinas” que formam “um mar de espuma pelo meio de umas montanhas rochosas”, desaguando depois num lago com águas calmas.

O Pulo do Lobo é também um lugar de lendas e histórias. A mais conhecida dá conta de um “homem audaz ou um lobo acossado que poderiam transpor só com um salto o desnível estreito e natural”.

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