PCP diz que exploração de imigrantes “não pode continuar”

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O Partido Comunista Português (PCP) considera necessário que o país aposte na produção nacional para combater “os défices estruturais com que estamos confrontados”.

Na cerimónia de abertura das Jornadas Parlamentares do PCP, esta manhã, em Beja, Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP, lembrou que “a produção de cereais, em particular do trigo, atinge níveis preocupantes de autoaprovisionamento de 6,4%”.

No plano social, o PCP defende que “é preciso e urgente uma política alternativa que valorize os trabalhadores, os seus direitos, que aumente os salários, que imponha horários regulados e vínculos efetivos”.

Paulo Raimundo frisou que o distrito de Beja vive uma situação “intolerável” no que diz respeito aos direitos dos trabalhadores imigrantes.

“Empresas de trabalho temporário, contratadas pelas grandes empresas ou grupos económicos na área da agricultura ou da grande distribuição, empregam milhares de trabalhadores imigrantes a quem não são garantidos direitos e que vivem em condições da maior precariedade, muitos deles são angariados a partir de redes de auxílio à imigração ilegal e tráfico de seres humanos”, adiantou.

O Secretário-Geral do PCP considera que “isto não pode continuar”.

Paulo Raimundo defendeu um investimento público como “fator de desenvolvimento”.

Nesse sentido, o PCP exige a construção do IP8, a eletrificação da linha ferroviária para ligações a Lisboa e ao Algarve e o aproveitamento de todas as dimensões e potencialidades do Aeroporto de Beja.

Os comunistas querem ainda um maior investimento no Serviço Nacional de Saúde (SNS) e a criação de estímulos para fixação de profissionais de saúde no interior.

O PCP anunciou que vai agendar um debate na Assembleia da República sobre a ferrovia, a fim de confrontar o Governo e exigir respostas.