Foram libertados 21 exemplares juvenis de Tartaranhão-caçador, em Castro Verde, no âmbito do Plano de Emergência para a Recuperação desta espécie.
A Liga para a Proteção da Natureza (LPN) estabeleceu o contacto com os proprietários e acompanhou os trabalhos de corte de fenos em áreas reprodutoras da espécie, e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) coordenou as ações de resgate de ovos.
Em 2011, na Zona de Proteção Especial de Castro Verde, foi estimada a presença de 214 casais reprodutores. Em 2021, na mesma área, foi registada a presença de apenas 50 casais.
Estes valores apontam um decréscimo do número de casais em Portugal, de aproximadamente 75% nos últimos 10 anos, que atinge os 85% no Alentejo.
Olga Martins, representante do ICNF no Alentejo, frisa a importância desta ação, afirmando que é “particularmente relevante, atendendo a que é uma espécie que está em perigo de extinção”.
A responsável explicou o processo, “completamente inovador”, e revela que, além das aves já libertadas, serão devolvidas à natureza mais 31 Tartaranhões-caçadores.
Neste período, assistimos à alteração das práticas agrícolas e pecuárias, que estão a provocar um declínio muito acentuado da espécie, e que poderá significar o seu desaparecimento em Portugal.