“A sede para resolução deste tipo de questões não são as redes sociais, mas sim junto das forças de segurança”, disse à Rádio Pax, o Comandante Distrital de Beja da PSP, referindo-se aos alegados casos de assédio sexual e de assalto por parte da população imigrante, na cidade de Beja.
O superintendente Raul Glória Dias considera importante distinguir factos de percepções. De acordo com o responsável “os factos indicam que não há insegurança”, já “as percepções podem ser moldadas consoante aquilo que as pessoas percepcionam de algo”.
“No que diz respeito à criminalidade”, a PSP “só pode fazer análises perante dados concretos e não em percepções”, diz Glória Dias, adiantando que “a taxa de criminalidade desceu, face ao período homólogo, 28%, no distrito de Beja”.
Acrescenta, que “o único crime que gera alguma preocupação à PSP de Beja é o furto do interior de veículos”.
Em março, a PSP começou a dar conta de alguns relatos e notícias nas redes sociais relacionadas com alegados casos de assédio sexual, assaltos e outro tipo de ilícitos.
Antes de procurarem a origem das alegadas situações, Glória Dias revela que a PSP direcionou o seu efetivo para as zonas indicadas, no sentido, de gerar um sentimento de segurança junto da comunidade.
O facto de se associarem estas “denúncias” a pessoas de nacionalidades estrangeiras “é uma situação muito preocupante porque, tendencialmente, pode criar clivagens que não existem”, afirma o comandante da PSP de Beja.
Glória Dias diz que “são problemas que não existem e que se acabam por criar” e, nesse sentido, “por se estigmatizar uma determinada comunidade, etnia, cor ou credo”.
O responsável sublinha que “pessoas boas e más há em todo o lado”, recordando que “não devemos apontar baterias para um determinado sítio”.
Excertos da entrevista ao comandante da PSP de Beja que pode ouvir na íntegra, a partir das 17:00 horas, nos 101.4fm, da Rádio Pax.