As reservas do PCP à eventual instalação de uma fábrica da Embraer em Beja motivaram uma reação dura do deputado da Aliança Democrática pelo distrito de Beja, Gonçalo Valente, que acusa os comunistas de serem um entrave recorrente ao desenvolvimento da região.
Em causa está a assinatura de uma carta de interesse entre o Ministério da Defesa Nacional e a Embraer para a criação de uma unidade aeronáutica destinada ao fabrico de aviões militares A-29N Super Tucano. O Executivo da Direção Regional de Beja do PCP manifestou reservas, alertando para o risco de concentração excessiva na vertente militar do cluster aeronáutico e para possíveis condicionamentos ao uso civil do Aeroporto de Beja.
Contactado pela Rádio Pax, Gonçalo Valente considera que esta posição não o surpreende. “Tudo o que se prende com crescimento e desenvolvimento da região, o Partido Comunista é sempre contra”, afirmou, acrescentando que “o atraso a que fomos sujeitos no nosso território muito se deve a este tipo de atitudes do PCP”.
O deputado da AD defende que o Aeroporto de Beja deve ter uma forte vertente industrial, sem excluir a utilização comercial. “Este investimento irá servir para potenciar a região e, principalmente, o Aeroporto de Beja. Investimento atrai investimento e, de uma forma natural, irá atrair outras empresas”, sublinhou.
Para Gonçalo Valente, numa fase inicial é essencial apostar na componente industrial. “Num sítio onde não há nada, ninguém se interessa por ele. Quando se começa a ver investimento, desenvolvimento e crescimento, as grandes empresas encontram motivos para investir”, disse, reforçando que isso não impede uma futura utilização comercial da infraestrutura.
O deputado concluiu com novas críticas ao PCP, afirmando que “sempre que se trata de investimento e desenvolvimento económico, o PCP é sempre um adversário”, defendendo que o crescimento económico é fundamental para o futuro do Baixo Alentejo.