Alberto Matos, comentador do programa da Rádio Pax, Visão dos Tempos, destacou, esta semana, que “não adianta chorar lágrimas de crocodilo pela situação miserável de milhares de trabalhadores imigrantes, nalguns casos a roçar o trabalho escravo, se se continuar a alimentar este modelo”, referindo-se à agricultura intensiva.
Recorde-se que a Assembleia da República chumbou, recentemente, o projeto de lei apresentado pelo BE que previa a regulamentação da instalação de culturas intensivas e superintensivas, assim como, a implementação da obrigatoriedade de avaliações de impacto ambiental, com os votos contra do PSD, CDS, IL, Chega e PS, abstenção do PCP e os votos a favor do PEV e do PAN.
No programa desta semana, Alberto Matos questionou se “é proibido proibir o abuso?”, referindo que “como seria de esperar”, este projeto de lei esteve “sob ataque furioso da direita, da CAP e dos representantes do agronegócio, como a Olivum”.
Além disso, o responsável da coordenadora distrital de Beja do BE, aponta o dedo ao voto contra dos socialistas, dizendo que “o deputado do PS eleito por Beja, Pedro do Carmo, arvorado campeão do mundo rural, se juntou ao coro da direita com uma argumentação” que considera ser “no mínimo curiosa: projetos como os do Bloco só sabem proibir, proibir, proibir, quando a agricultura precisa é de estímulos”.
O comentador afirma que “é preciso proibir os abusos, impor regras a quem só conhece o seu livre arbítrio, ordenar o caos económico, social e ambiental que ameaça a vida de todos nós”
Alberto Matos esclarece que “uma moratória à instalação de novas monoculturas ou de estufas não se trata de arrancar plantações, mas sim de um plano de transição ecológico que combata as alterações climáticas, faça respeitar os PDM e o ordenamento do território, salvaguarde distâncias mínimas às habitações e às escolas”.