Há mais “discriminação para com a comunidade cigana no distrito de Beja ao nível do emprego, saúde, educação, formação e habitação”. A afirmação é feita pela Associação dos Mediadores Ciganos de Portugal (AMEC).
Esta foi uma das conclusões saídas do VIII Encontro Distrital de Mediadores Ciganos do Baixo Alentejo, realizado na Salvada, no âmbito das comemorações do Dia Internacional das Pessoas Ciganas celebrado a 8 de abril.
No que toca ao emprego e no acesso ao trabalho, a AMEC conclui que “a comunidade cigana deixou de ter acesso aos trabalhos sazonais da azeitona, do tomate, entre outros em favor dos migrantes”.
Na área da saúde, a AMEC diz haver “um grave problema de saúde pública no Bairro das Pedreiras, em Beja, que está a ser esquecido pelos responsáveis políticos locais, regionais e nacionais”.
Relativamente à educação, a associação afirma continuar “a existir uma escolaridade discriminatória interna nos espaços escolares, porque os jovens ciganos saem das escolas sem saber ler nem escrever”.
Em matéria de formação, a AMEC garante que “não são respeitados os horários formativos” e revela existirem “jovens ciganos com quatro cursos de formação «equivalentes quanto baste» ao 12ºano com gravíssimos problemas na escrita e na leitura”.
Outra das conclusões prende-se com a habitação. A AMEC assegura que “a maior parte da comunidade cigana do Distrito de Beja vive em barracas sem acesso a água, esgotos e luz”.