As empresas alentejanas “fecharam” 2019 com um volume de exportações de 2,9 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de cerca de 300 milhões de euros comparativamente com o ano anterior.
Os dados agora publicados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) referem que o Baixo A lentejo e o Alentejo Litoral “valem” dois terços das exportações de toda a região, sendo Sines, sem surpresa, o concelho que mais exporta.
De acordo com os dados do INE, o crescimento de 300 milhões de euros das exportações em 2019 terá em boa medida sido obtido com uma maior vocação exportadora de Sines, onde as vendas ao estrangeiro representam agora 955 milhões de euros, ou seja, quase 80 por cento do conjunto de exportações do Alentejo Litoral.
No distrito de Beja, Castro Verde é o concelho que “vale mais” em termos exportações, com as vendas para o estrangeiro a representarem um total de 301 milhões de euros.
“Este valor é muito importante e está focado naquilo que é a atividade mineira no concelho”, explica António José Brito, presidente da Câmara de Castro Verde, sublinhando que além da Somincor não existem outras empresas com grande dimensão exportadora.
Para Filipe Pombeiro, presidente da Associação Empresarial do Baixo Alentejo e Litoral (Nerbe/Aebal), é “muito fácil justificar” o crescimento de 300 milhões de euros de exportações ao longo de 2019. “Estamos a falar de uma região que cada vez mais produz bens altamente transacionáveis, principalmente, os bens do setor agroalimentar. Fruto dessas exportações, vamos crescendo todos os anos”. A região, lembra o empresário, é detentora “de um setor agroalimentar muito forte”, onde cada vez existe mais capacidade de produção (…) e escoamento” dos produtos.
Filipe Pombeiro entende que a grande aposta deve continuar a ser nos “produtos transacionáveis”. No entanto, no que diz respeito ao “método da cadeia de valor, ainda existe um caminho a percorrer”. O objetivo é “vender menos a granel e mais a nossa própria marca” para ir subindo na cadeia de valor” e assim contribuir ainda mais “para a economia regional”. São as fileiras do azeite, do vinho, dos frutos vermelhos e dos produtos agrícolas que mais exportam para os mercados da Europa Central, da Ásia e do Brasil. Para continuar a “alavancar” as exportações, o próprio Nerbe/Aebal é parceiro do projeto “Alentejo Global Export” que reúne os núcleos empresariais do Baixo Alentejo, de Évora e de Portalegre para internacionalizar o setor agroalimentar, tendo Espanha, Alemanha e países do Benelux como mercados-alvo.
Além do azeite, o vinho é outro produto onde as exportações “made in” Alentejo também têm vindo a registar bons resultados. Entre 2016 e 2019, as exportações para o Brasil duplicaram, valendo agora cerca de 12,5 milhões de euros, o que coloca este país no “primeiríssimo lugar” das exportações dos Vinhos do Alentejo.