O impacto gerado pela atividade cinegética, em particular, ao nível da economia local, a falta de conhecimento do sector de “uma minoria política” e de apoio por parte do Governo foram os temas que marcaram a cerimónia de inauguração da Feira da Caça de Mértola, ao fim da tarde, desta sexta-feira.
A sessão, realizada no auditório do Pavilhão Multiusos da vila, contou com as intervenções de Mário Tomé, presidente da Câmara de Mértola, Jorge Rosa, presidente da Assembleia Municipal de Mértola e de Jorge Botelho, secretário de Estado da Descentralização e da Administração Local.

A primeira intervenção foi feita por Jorge Rosa. O presidente da Assembleia Municipal frisou que a Feira da Caça de Mértola, que se realiza em pleno ato venatório, “é das feiras de caça mais importantes do país”. Ressaltou a relevância do sector quer do ponto de vista social, quer do económico.
Após salientar que a atividade cinegética faz parte do ADN dos alentejanos e, em particular, dos mertolenses, o ex-presidente da autarquia e, também, caçador não poupou críticas “à minoria política” e ao próprio Governo.
Recordando o contributo, em termos de receita gerada pela atividade cinegética para os cofres do Estado, Jorge Rosa afirmou que “a tutela, nesta área, não tem estado à altura do que o sector merecia”.
Vincou ser “inaceitável” que “uma minoria política interfira sobre um tema de que nada percebe”, considerando que “tem que haver uma nova atitude” e mais união entre os próprios caçadores para com esta atividade que é “uma herança genética” desvalorizada.
Seguiu-se a intervenção de Jorge Botelho. O secretário de Estado da Descentralização e Administração Local afirmou que “a Feira da Caça não é só para caçadores, é para todo o território”.

Evidenciando, também, a importância do sector para a economia local, o governante disse que o mesmo “merece apoio da Câmara e do Governo”.
No seu discurso, o presidente do município sublinhou, também, as mais valias resultantes da atividade cinegética para o território.

Mário Tomé falou sobre a redução do número de caçadores verifica, nos últimos anos. Na sua opinião, esta é uma realidade que poderá ser revertida, por exemplo, através da procura de novos mercados além do nacional.
Para o autarca é preciso “abraçar o desafio da internacionalização no sector, capacitando os atores do território, de forma a atrair clientes com outra capacidade financeira”.
Contudo e, apesar, de garantir que “não baixará os braços”, alertou que “o município não é capaz de fazer tudo sozinho e precisa que sejam implementadas medidas estatais fortes de apoio a esta área”.