Francisco, de 21 anos, foi condenado a quatro anos de prisão, com pena suspensa. Vai ter que pagar à vítima uma indeminização de 7.500 euros mais 100 euros mensais, ao longo de quatro anos.
A leitura do acórdão foi esta segunda-feira, no Tribunal de Beja.
O caso remonta a 2014. Nessa altura o arguido tinha apenas 16 anos. Repetidas vezes, fazendo-se passar por uma amiga comum (Paula, nome fictício), abusou sexualmente de um colega (vamos chamar-lhe Fernando), da mesma idade, na vila de Castro Verde.
Francisco Ramos criou uma conta falsa no Skype em nome dessa amiga, também com 16 anos, por quem o Fernando estava apaixonado.
Ao longo de vários meses, geralmente à quarta-feira, o arguido convidava para sua casa o Fernando, fazendo-se passar pela Paula. Dizia-lhe que tinha vários fetiches. Um deles a vítima tinha teve que por uns “óculos de piscina, pintados de preto, e usar algemas”. Desta forma, o Fernando foi repetidas vezes abusado pelo Francisco, convencido que estava a praticar “jogos sexuais” com a Paula.
“Um dia, o Francisco manda uma mensagem ao Fernando a dizer-lhe para ir ao Skype porque eu estava lá. Ora, nesse momento, eu encontrava-me ao lado do Fernando e nem tinha o telemóvel na mão”, explicou a Paula. Entretanto os pais da jovem tiveram conhecimento da situação e aconselharam a filha e a vítima contar tudo às autoridades.
Segundo a Paula, houve mais quatro vítimas do arguido, mas, “devido ao meio pequeno onde residem, não chegaram a apresentar queixa”, revelou. “Ele chegou a drogar e a violar”, acrescentou a jovem.
Pormenores:
Na altura (2014) os jovens frequentavam a Escola Secundária de Castro Verde.
No início o arguido foi acusado dos crimes de fraude sexual, coacção sexual e violação sexual.
Inicialmente o julgamento iniciou-se no Tribunal de Ourique. Como o Juiz entendeu que, para além desses crimes, existia a suspeita de mais cinco crimes de violação sexual, o processo foi remetido para o Tribunal de Beja.