O GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente questiona o “elevado número de centrais solares no Alqueva”.
“O elevado número de centrais solares propostas para o Alqueva, totalizando 1,23 gigawatts (GW) e 1700 hectares, levanta questões sobre a viabilidade técnica para a sua implementação e sobre os impactes cumulativos no ambiente e comunidades locais”, alerta Miguel Sequeira, vice-presidente do GEOTA.
Depois de ter participado na consulta pública da Central Fotovoltaica da Sobreira de Baixo, localizada no concelho de Vidigueira, o GEOTA expressa, em comunicado, “preocupações face aos seus impactes” e propõe “medidas para os mitigar e compensar”.
“No caso do território do Alqueva, o GEOTA alerta para os impactes ambientais e sociais cumulativos da instalação de quatro centrais fotovoltaicas de grandes dimensões” que não foram “adequadamente considerados nos estudos de impacte ambiental”.
A mesma fonte frisa que “falta um planeamento integrado para estes projetos no seu conjunto” e “pouca clareza sobre a viabilidade técnica da utilização do ponto de injeção na rede de transporte de eletricidade da barragem de Alqueva para uma capacidade solar total que é mais do dobro da capacidade de injeção”.
Além da Central Fotovoltaica da Sobreira de Baixo – que terá uma potência de 242 megawatts (MW) – o GEOTA destaca mais três em fase de licenciamento neste território: a Central Solar Fotovoltaica do Alqueva (432MW), a Central Solar Fotovoltaica Cristóvão Colombo (474MW) e a Central Solar Fotovoltaica flutuante no reservatório do Alqueva (84MW).
No total, trata-se, segundo o GEOTA, de “1,3 GW de potência instalada (1232 MW de fotovoltaico e 70 MW de eólico)”, adiantando que “caso todos os projetos avancem, as centrais solares ocuparão uma área total de cerca de 1700 hectares”.
O GEOTA afirma que “estes projetos terão impactes negativos significativos e, em parte irreversíveis, nos solos, linhas de água, paisagem, fauna e flora num território com valor ecológico relevante”.
O Grupo sublinha, ainda, que “os estudos de impacte ambiental destacam a presença de várias espécies de fauna e flora ameaçadas e emblemáticas nas áreas propostas para as centrais solares, incluindo evidências da presença recente de lince ibérico”.
“A construção das centrais solares da Sobreira de Baixo e do Alqueva irá implicar o abate de 460 azinheiras e 22 sobreiros adultos”, diz, ainda o GEOTA.