A Infraestruturas de Portugal (IP) prevê que a modernização do troço ferroviário entre Casa Branca e Beja, cuja elaboração dos estudos está em concurso público, fique concluída em 2027.
As declarações foram feitas por António Laranjo, presidente da IP, numa audição na Assembleia da República, na qual adiantou que “o lançamento da empreitada será feito em 2024 e a obra decorrerá em 2025, 2026” e, provavelmente, “ainda no início de 2027”.
Recorde-se que o concurso público para a elaboração dos estudos e projetos necessários para a modernização do troço ferroviário entre Casa Branca e Beja da Linha do Alentejo e da execução de uma ligação ao Aeroporto de Beja foi publicado, em maio passado, em Diário da República.
Na altura, o PCP criticou a decisão da IP de avançar com a elaboração de novos estudos, considerando que “esta linha já foi alvo de estudos que têm custado milhões de euros aos portugueses”, requerendo, então, a audição da empresa.
Nesta terça-feira, o presidente da IP esclareceu que os anteriores estudos sobre investimento na Linha do Alentejo, datados de 2011 e 2015, “foram feitos internamente” e serviram de “suporte para a inclusão do projeto no Plano Nacional de Investimentos PNI2030”.
Segundo o responsável, o período para o desenvolvimento de um projeto de investimento ferroviário, desde que a IP receba “luz verde” para o desenvolver e até que fique concluído, “não pode durar menos de sete anos” e “metade desse tempo é para o projeto”.
Em relação a este investimento, o presidente da IP adiantou que, “se tudo correr” como espera a empresa, nomeadamente, em relação ao concurso que está a decorrer, o projeto de execução estará “concluído em setembro de 2023”.
Depois, “será feita a avaliação de impacte ambiental” e, após a obtenção da Declaração de Impacte Ambiental, estarão reunidas “todas as condições para se lançar, de imediato, a empreitada e ter, então, os três anos ou três anos e meio para a execução”.
António Laranjo revelou que a modernização do troço entre Casa Branca e Beja “custa mais de 100 milhões de euros” e que o projeto será financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), com uma comparticipação que “pode ir até aos 85%”.
Quanto à ligação ao aeroporto de Beja, o responsável salientou que “o que está em cima da mesa neste concurso público é o estudo de viabilidade”, ao qual se “seguirá o estudo prévio, mais estudos e o projeto de execução”.
Já o vice-presidente da IP, Carlos Fernandes, considerou que a modernização do troço entre Casa Branca e Beja “é uma obra forte e ambiciosa”, a qual “investe em 64 quilómetros de via”, permitindo aumentar a velocidade dos comboios.
O projeto prevê sete quilómetros de variantes, duas estações técnicas de 750 metros para comboios de mercadorias, sinalização eletrónica, eletrificação do troço e intervenções a nível de estações e apeadeiros.
Com a sua conclusão, as viagens com a duração atual de cerca de duas horas, entre Beja e Lisboa, passarão, previsivelmente, para 1h40.
Rádio Pax/ Lusa