Os regantes, beneficiários directos dos 120 mil hectares que compõem a componente hidroagrícola do EFMA (Empreendimento de Fins Múltiplos do Alqueva), informaram o Ministro da Agricultura que não participam na reunião que estava agendada para hoje na EDIA-Empresa de Desenvolvimento e Infra-estruturas de Alqueva.
Os representantes dos regantes, eleitos nos 22 perímetros de rega de Alqueva, viram vedada a sua participação na última reunião do Conselho de Acompanhamento do Regadio de Alqueva (CAR Alqueva), realizada na semana passada, em Beja.
O Ministério convocou para hoje um encontro com estes agricultores, mas estes recusaram participar naquilo que dizem ser um “Conselho de Acompanhamento do Regadio de Alqueva 2” uma espécie de “segunda divisão”.
Os regantes asseguram que esta posição não é “uma arma de arremesso”.
João Cavaco Rodrigues, representante dos regantes do perímetro de rega Beringel/Beja, afirma que os agricultores dos perímetros confiantes, que têm assento no Conselho de Acompanhamento, representam 30 mil hectares do regadio de Alqueva. Os regantes que representam cerca de 90 mil dos 120 mil hectares regados de Alqueva não podem, em seu entender, ser vistos como agricultores de “segunda”, e permanecerem à porta do CAR Alqueva.
De acordo com estes regantes, “o CAR Alqueva é um órgão meramente consultivo onde nos seus estatutos nada é referido sobre a necessidade de só estarem presentes associações”.
Estes agricultores asseguram que não vão, conforme proposto pelo Ministério, “evoluir para uma tradicional associação de regantes” pois é um modelo com o qual não concordam.
Os regantes eleitos nos 22 perímetros de Alqueva continuam disponíveis para uma reunião com o Ministro da Agricultura a fim de ser encontrada uma solução para este problema.