Os problemas no transporte ferroviário na linha do Alentejo parecem não ter fim à vista.
Após o incidente da última sexta-feira, em que avariou uma das automotoras que fazem a ligação entre Beja e Casa Branca, obrigando a que os passageiros fossem assistidos pelos Bombeiros Voluntários de Alvito debaixo de temperaturas superiores a 40 graus, outra máquina avariou.
A “princesinha” (na foto), conforme é apelidada por alguns funcionários da empresa, avariou. Por sorte, a máquina parou à saída da estação de Cuba, onde a automotora continua estacionada à espera de reparação, evitando problemas como os verificados na última sexta-feira.
Ontem, quarta-feira, algumas das ligações entre Casa Branca e Beja foram asseguradas por uma empresa de Táxis, com sede em Évora.
A CP trocou os autocarros da Rodoviária do Alentejo por serviços de Táxi na tentativa de reduzir os atrasos na chegada dos passageiros. Ainda assim, pelo menos uma das ligações de ontem “descarrilou”, ou seja, chegou a Beja com cerca de 20 minutos de atraso.
Os passageiros não escondem a sua revolta.
“Isto é uma vergonha. Querem acabar com os comboios para Beja?”, questionou um passageiro à Rádio Pax, pedindo o anonimato.
A ligação a partir de Lisboa é feita através comboios regionais que circulam a velocidades mais baixas e sem o conforto do Intercidades. Ainda assim, a CP vende viagens Intercidades entre Lisboa-Évora, com ligação a Beja e transbordo em Casa Branca.
Outra passageira, com bilhete adquirido online para 1ª classe (Conforto), sentiu-se lesada por viajar numa composição em 2ª classe (Turística), sem 1ª classe.
“E agora o que é que eu faço?”, questiona perante uma bilheteira encerrada em Cuba.
Viajar de comboio entre Beja e Lisboa é cada vez mais um tormento.
A Rádio Pax questionou a CP sobre os problemas sentidos na linha do Alentejo e, até ao momento, não obteve qualquer resposta.