Um Centro Histórico Vivo e Ligado à Cidade – A Visão da CDU para Beja

Um Centro Histórico Vivo e Ligado à Cidade – A Visão da CDU para Beja

Não vale de nada ter um centro histórico reabilitado numa cidade desconexa, como não vale ter uma cidade aparentemente moderna e funcional, mas com o seu centro histórico ao abandono. Em Beja, infelizmente, não temos nem uma coisa nem outra. Falta-nos uma estratégia coerente, que una o coração da cidade ao seu corpo, que crie ligações físicas, económicas, sociais e culturais capazes de devolver vida e centralidade a esta área estruturante, numa perspetiva de afirmar a cidade como um todo, baseada em iniciativas que integrem o desenvolvimento urbano e funcional de Beja.

Neste sentido, a CDU apresenta uma visão clara: reabilitar o centro histórico, sim, mas ligando-o verdadeiramente à cidade e à sua dinâmica. Isto exige, desde logo, trabalhar lado a lado com os proprietários dos imóveis, ouvindo-os, apoiando-os e criando mecanismos para agilizar e facilitar as suas intervenções. É necessário ter capacidade para agilizar procedimentos e que tantas vezes travam a recuperação de edifícios, transformando processos legítimos em autênticos labirintos administrativos tortuosos.

Esta é, aliás, uma das grandes oportunidades perdidas pelo atual executivo com a Estratégia Local de Habitação. Um instrumento que poderia e deveria ter sido usado para garantir soluções habitacionais no centro histórico, mas que foi desperdiçado, deixando de fora a possibilidade de captar investimento e fixar população neste espaço nobre, de modo a proporcionar o repovoamento e a revitalização humana.

A nossa proposta parte de um princípio simples: o centro histórico só será verdadeiramente recuperado se for vivido. Por isso, queremos relançar dinâmicas culturais baseadas também numa referência vivencial, que garantam uma afluência regular de públicos, criando motivos para que as pessoas ali circulem, trabalhem, façam compras e participem em eventos, lado a lado com uma função residencial expressiva. Pretendemos articular em rede os equipamentos museológicos, projetando os seus acervos e criando uma oferta patrimonial integrada, reforçando igualmente o papel do Centro Unesco, do cante, da oralidade, da etnografia, da arte contemporânea e da banda desenhada.

Importa ainda destacar a relevância do Centro de Arqueologia e Artes e do património arqueológico associado ao fórum romano, um dos conjuntos mais significativos da Península Ibérica, hoje ao abandono. Esta memória histórica é parte essencial da identidade da cidade e deve ser tratada e preservada.

No plano urbanístico e funcional, defendemos uma reabilitação do edificado que harmonize habitação, comércio, serviços e espaços associativos. A requalificação do espaço público deve estar subordinada à revitalização do imobiliário e acompanhada de soluções complementares, como estacionamento de apoio e serviços de proximidade. É fundamental atrair investimento, aprendendo inclusivamente com boas práticas seguidas em outras cidades, adaptando-as à realidade de Beja e assumindo que o risco da inação é incomparavelmente maior do que o risco de agir.

Para concretizar esta visão, para além de projetos que se revelem estruturantes, propomos a criação de dois instrumentos-chave:

. Conselho Consultivo do Património, órgão independente e composto por especialistas, que acompanhe políticas públicas, proponha orientações estratégicas e assegure coerência na preservação e dinamização do património, com especial atenção ao centro histórico e ao património arqueológico, incluindo as freguesias rurais.

. Gabinete do Centro Histórico, órgão constituído por uma equipa multidisciplinar, para prestar apoio direto a particulares, articular com entidades licenciadoras e promover a educação patrimonial e boas práticas de reabilitação, combatendo a degradação, evitando intervenções ilegais, sem perder de vista a aptidão, as funcionalidades e utilidades dos edifícios.

O tempo não joga a nosso favor. Adiar decisões ou fingir que os problemas se resolvem só por si é condenar Beja a assistir ao declínio acelerado do seu centro histórico. A CDU apresenta-se para travar essa tendência, com uma proposta séria, exequível e baseada no diálogo e na cooperação.

Reabilitar o centro histórico de Beja não é apenas recuperar fachadas; é devolver vida ao coração da cidade e criar uma ligação forte e harmoniosa com todo o seu território urbano. É dignificar a obra de quem nos antecedeu e preparar o futuro para quem virá depois. Essa é a nossa responsabilidade. Esse é o nosso compromisso.

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Farmácia de serviço hoje na cidade de Beja

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