Em Aljustrel arranca esta sexta-feira a XV Feira do Campo Alentejano.
Um certame que, entre outros objectivos, pretende também “captar a atenção de potenciais investidores, mostrar as mais-valias do concelho, publicitar a dinâmica empresarial local e as condições únicas que Aljustrel dispõe para acolher novas empresas”. A prova desta aposta é que, este ano, uma das grandes novidades “é a criação do novo pavilhão temático designado de Espaço da Agroindústria e Turismo, duas vertentes do desenvolvimento rural” que a Câmara de Aljustrel quer explorar nos próximos anos.
A fadista Ana Moura, Badoxa, Rúben Baião, o grupo de rumbas e sevilhanas Pringá e o Projecto Cid vão passar pelo palco da Feira do Campo em Aljustrel.
O mundo taurino e equestre, mostra de gado, artesanato, produtos regionais, tasquinhas, workshops e colóquios são outros dos destaques que vão marcar a programação.
Nelson Brito, presidente da Câmara de Aljustrel, em entrevista à Rádio Pax, frisa a importância que esta feira tem no concelho.
Quais as expetativas para esta edição?
As expetativas são elevadas. O programa da Feira do Campo Alentejano deste ano é vasto e rico. Em destaque, para além dos grandes concertos, como Ana Moura e Badoxa, estão os grupos musicais locais, a apresentação de um CD gravado por todos os grupos corais do concelho, o “Espaço da Criança” e o “Espaço Jovem”, as exposições artísticas e debates, as diversas atividades equestres, a exposição de gado e equina, a gastronomia, as inúmeras atividades promovidas pelos expositores presentes, entre outras, que certamente irão contribuir para agradar a todos aqueles que de 12 a 14 de Junho visitem a nossa feira.
Que importância tem a feira para o concelho?
A Feira do Campo, para além de ser a maior festa do nosso concelho e ponto de encontro dos “filhos” e amigos da terra espalhados por Portugal e pelo mundo, é, também, a maior montra do potencial imenso da nossa terra. Recordo que, para além da faceta mineira que nos caracteriza e diferencia, temos um excelente posicionamento geográfico junto ao nó da A2, fator que pode ser estratégico para o desenvolvimento da agricultura e fixação de agroindústrias, principalmente se considerarmos que o nosso concelho disporá, muito em breve, de mais de 20 mil hectares de regadio, quando no início da década de 70 começámos com apenas 300 hectares. Trata-se de um “mundo novo” no sector agrícola que se abre à região e que nos liga a outros territórios com as mesmas características, necessidades e ambições. Temos Alqueva, temos Espanha aqui ao lado, temos a maravilhosa costa alentejana e o seu turismo, o Porto Sines que nos conecta ao mundo e uma infraestrutura aeroportuária instalada em Beja com potencial por explorar. Temos, pois, todas as condições para sermos um território de referência no agronegócios. Queremos, definitivamente, aliar o elo da produção, aos elos da transformação e distribuição, deixando no território regional as mais-valias resultantes de toda a cadeia de valor dos produtos agrícolas produzidos nas nossas terras. A questão é: como? Como fixar valor no território através da atração e fixação das agroindústria? Esta é uma das respostas que queremos ver respondidas nesta edição da Feira do Campo Alentejano.
Os visitantes trazem uma importante ajuda à economia local?
Sim, é verdade. Aljustrel é uma terra que gosta de receber bem. Esperamos muitos milhares de visitantes, entre eles várias comitivas estrageiras. Os nossos “irmãos” espanhóis voltarão a marcar presença. Teremos, também, a visita de uma comitiva da Casa do Alentejo de Toronto. São os nossos visitantes e amigos, dos aljustrelenses, que fazem da Feira do Campo um dos eventos mais importantes do sul do país.
Quais são as novidades para esta edição?
Este ano a grande novidade é a criação do novo pavilhão temático designado de “Espaço da Agroindústria e Turismo”, duas vertentes do desenvolvimento rural – a agroindústria e o turismo – que queremos explorar em profundidade nos próximos anos. Esta iniciativa resulta de uma parceria com a Escola Agrária de Beja, o CEBAL, a Associação de Beneficiários do Roxo e a Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo e marca o início de uma parceria que visa promover estratégias comuns com o objetivo de cativar investimentos nos sectores da agroindústria e do turismo.
Existem outros dois novos espaços na Feira: O “Espaço dos Sabores” e o “Espaço dos Produtos da Terra”. O primeiro resulta de uma parceria com o Centro e Formação Profissional de Aljustrel (IEFP) e os produtores locais e procura demonstrar o enorme potencial de produtos locais, tais como, o vinho, o mel, os enchidos, os doces, os queijos, entre outros. Já o segundo espaço contará com um vasto programa ligado à gastronomia e à confeção dos produtos produzidos no concelho de Aljustrel: azeite, pão, legumes, pecuária, entre outros, com a presença das padarias locais e de chefes de cozinha afamados, que “darão vida” aos nossos produtos de excelência. Este espaço conta com o apoio do Núcleo de Voluntariado do Concelho, do Programa AnimaSenior e da Esdime.