Alfredo Lança Silva: O aeroporto de Beja

É a primeira vez que trago nas minhas crónicas à coação o aeroporto de Beja.

Faço-o porque nos últimos dias tem sido um assunto recorrente.

O ponto de partida foram as declarações do ministro da tutela a informar o país da construção de não um mas dois novos aeroportos.

Esqueceu-se certamente da Ota e assim seriam saciados todos os lóbis.

Haverá necessidade de tantos aeroportos?

Isso logo se vê.

Existe dinheiro para todas estas despesas?

Isso logo se vê.

O aeroporto de Beja não é e nunca quis ser alternativa ao aeroporto de Lisboa mas sim complemento dos aeroportos existentes no país.

O custo do aeroporto de Beja são tremoços quando comparados com os custos de uma só pista dos aeroportos anunciados.

Partindo de uma realidade existente em Beja com condições ímpares, no que respeita a infraestruturas existentes, numa zona de excelência para operações aéreas, numa pista única em Portugal em comprimento e largura, e a colaboração dos militares em controlo aéreo e segurança, a sua não utilização não se entende.

É preciso não esquecer que durante o Outono e Inverno são desviados muitos voos dos aeroportos nacionais devido às condições atmosféricas, o que em Beja não se verifica.

Nos tempos atuais as distância medem-se em tempo pelo que terminar a obra da autoestrada e modernizar a via férrea são fundamentais.

Trinta anos se demorou a perceber da importância da construção da barragem do Alqueva para o Alentejo e para o país.

Quanto anos mais são necessários para o aeroporto?

Alfredo Lança Silva

Economista e Advogado