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ANA ABRUNHOSA, O BAIXO ALENTEJO QUER PAGAR PORTAGENS!

ANA ABRUNHOSA, O BAIXO ALENTEJO QUER PAGAR PORTAGENS!

No início de outubro, dia 06 mais precisamente, Ana Abrunhosa, ministra da Coesão
Territorial, defendeu, comentando o anúncio do Governo quanto à redução de 30% em
alguns troços de autoestradas, “que não devem ser cobradas portagens nas antigas
autoestradas Scut (Sem Custos para o Utilizador) e que todo o sistema de portagens de
Portugal deve ser repensado.”
Tal anúncio, certamente bem recebido por todos os utilizadores que irão ser
beneficiados, chamou-me à atenção pelos argumentos apresentados pela Sra. Ministra
da Coesão.
Afirmou Ana Abrunhosa, “está-se “sistematicamente a falar do interior” e dos
problemas que enfrenta, sem se criarem “as condições de base” que permitam aos
instrumentos do Governo terem impacto no território.”
A governante referiu ainda que, nos territórios do interior de Portugal, “que não têm
transportes públicos coletivos como noutros territórios onde há metro, autocarros, todo
o tipo de transportes coletivos, e em que não há alternativas seguras a estas
autoestradas, as portagens são mesmo um custo de contexto”.
Concluindo firmemente que “afetam a vida das pessoas e não só, também das
atividades económicas, porque estas portagens também se aplicam aos veículos de
transporte de mercadorias e de transporte de passageiros”.
A Sra Ministra da Coesão parece ter toda a razão nos argumentos apresentados e nas
dificuldades enfrentadas pelo “Interior”, mas não deve certamente desconhecer que no
nosso país existem e coabitam vários interiores, fazendo com que as prioridades
políticas e as opções estratégicas devam ter em consideração a diversidade do
denominado “Interior”.
Da minha parte, o” território interior” que melhor conheço é o Baixo Alentejo.

Um “interior” com praias lindas, uma gastronomia reconhecida, campos verdejantes e
produtivos pintados pelos pincéis de Alqueva, uma cultura enaltecida pela alma das
suas gentes, um património preservado ao longo dos séculos.
De Barrancos a Odemira, da margem esquerda à margem direita do Guadiana,
passando pelo Campo Branco, é este o mosaico de “interiores” que podemos
encontrar.
O curioso, ou talvez não, é que todos estes “interiores” se encaixam nos argumentos de
coesão apresentados pela Sra. Ministra, são “interiores” “que não têm transportes
públicos coletivos como noutros territórios onde há metro, autocarros, todo o tipo de
transportes coletivos, e em que não há alternativas (…)”, podemos e devemos
acrescentar sem ligações ferroviárias modernas e estradas seguras.
Também é verdade que, tal como a Sra. Ministra acrescenta, não podemos estar
“sistematicamente a falar do interior” e dos problemas que enfrenta, sem se criarem “as
condições de base” que permitam aos instrumentos do Governo terem impacto no
território.”
Para tal, Sra. Ministra, o Governo deve implementar “as condições de base” para
potenciar a infraestrutura aeroportuária que temos (aeroporto de Beja), ainda que nas
valências originariamente definidas, carga, manutenção e voos premium, terminar a
A26, criando uma ligação digna e moderna ao Porto de Sines e a Espanha via IP8, ao
Algarve e ao resto do País, para que as populações sintam o peso de uma coesão
territorial efetiva, justa e solidária.
Assim, corrigindo a aberração de Beja ser a única capital de Portugal a não ter ligação a
uma autoestrada, terminem a autoestrada A26, ficando aqui o compromisso (pelo
menos pessoal) que os baixo alentejanos vão pagar as portagens.
Sra Ministra Ana Abrunhosa, sem as tais “condições de base”, a Coesão Territorial
termina em Santa Margarida do Sado.

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