Luís D’Argent: Novos Heróis para velhos vilões

Cumprimentar como sempre os ouvintes e colaboradores da Rádio PAX, nestes tempos difíceis mas sempre admiráveis que nos foram dados viver.

Tempos negros de guerra, de morte e de devastação, mas ainda assim admiráveis, deixando-nos novos Heróis e os vilões do costume. Não era só a Rússia que tinha contas para acertar com os Ucranianos, entre nós também havia velhos rancores. Nunca a nossa esquerda mais socialista perdoou um Povo que trocou os esplendores da abundância, opulência e luxo do socialismo, pela miséria, pobreza e austeridade do capitalismo moribundo. Um Povo que quer escolher os seus parceiros, o seu modo de vida com dignidade e sobretudo liberdade, está mesmo a pedi-las, e é confrangedor o contorcionismo de alguns políticos, comentadores e intelectuais de esquerda, passe o pleonasmo, que, à falta de espinha dorsal, conseguem dizer NIM.

Foi graças a um clamor da opinião pública e, honra seja feita, da publicada, que a maioria da nossa esquerda mais socialista teve que meter a balalaica no saco e dedicar-se a encontrar metáforas e demais figuras de estilo para suavizar as coisas – a utilização de palavras como guerra, invasão ou massacre estão fora do seu vocabulário, tal como as palavras austeridade, racionamento, crise, desgoverno e inflação são de evitar a todo o custo.

Aqueles que por ignorância ou pura estultícia pensam que tudo isto não nos afecta, desenganem-se: a guerra já está entre nós, nos preços dos combustíveis e da maioria dos bens de primeira necessidade, na escassez e preço da maior parte das matérias-primas e factores de produção indispensáveis à nossa agricultura e produção industrial, enfim, vamos precisar de muito mais do que dos discursos ocos e cheios de lugares comuns do secretário geral da ONU ou do primeiro ministro português.

Para uma economia planeada, cruzes canhoto, sustentada na procura interna e no consumo, no aumento da despesa, como é o modus operandi da desgovernação socialista, não auguro nada de bom. Já podemos ter uma pálida ideia do que nos espera quando nos inteiramos de que, do salvífico Plano de Recuperação e Resiliência, do valor total de 16,6 Mil Milhões de €, até agora foram aprovados 4,2 Mil Milhões e pagos, pasme-se, 424 Milhões gastos, isto é 2,5 % do valor total. A nota optimista para estes valores aumenta se tivermos em conta que, do valor aprovado, 99,2 % está destinado para o Estado e Autarquias, e a extravagância de 0,8% para Empresas, Famílias e IPSS’s.

Desejo uma boa semana a todos os ouvintes e colaboradores da Rádio PAX, com muita Paz e Saúde.

Tenho a certeza que mesmo que isto passe, vai demorar muito tempo a passar…

Luís D’Argent

Engenheiro Agrónomo