Opinião: Alberto Matos

A NOSSA SAÚDE…

Nesta primeira crónica de 2021 quero apresentar aos ouvintes da Rádio Pax votos de muita saúde. Pode parecer paradoxal, mas é nas situações dramáticas que damos valor ao que considerávamos certo e hoje está ameaçado: a nossa saúde pública.

Sem meias palavras, o cenário da pandemia é dramático no país, na Europa e no mundo, mas com uma novidade amarga: o milagre esfumou-se e Portugal é hoje dos piores, senão o pior do mundo, no que diz respeito aos números da Covid-19.

Obviamente, muita coisa falhou e as responsabilidades não podem ser só individuais. Éverdade também que nesta pandemia há muitos imponderáveis: não se sabe se já estamos na terceira vaga nem quantas se seguirão; ninguém pode garantir que às estirpes britânica, brasileira ou sul-africana não sucederão outras mais contagiosas. No final se fará o balanço das responsabilidades, em plena batalha não é o tempo de limpar armas.Nas horas mais difíceis precisamos de nos agarrar a certezas e, no meio da pandemia, uma das poucas garantias foi o SNS.

Por muitas carências e falhas resultantes do subfinanciamento crónico, foi e é o SNS que salva vidas sem apresentar faturas à cabeça. A recente Lei de Bases da Saúde é uma oportunidade que não podemos desperdiçar para o reforçodo SNS universal e gratuito, assente numa rede de cuidados primários ena dedicação exclusiva dos seus profissionais, sem alimentar negócios privados e PPP. Se alguém quiser cobrar 13 ou 14 mil euros por cada doente Covid, há que decretar com firmeza a requisição civil dos meios necessários para salvar e cuidar de todas as vidas.

… E A SAÚDE DA DEMOCRACIA

No próximo Domingo terão lugar as eleições para Presidente da República. Em plena pandemia e com desfecho previsível, parecem reunidas todas as condições para uma enorme abstenção. Nada mais perigoso para a saúde da própria democracia, quando esta começa a ser descaradamente ameaçada.

A/o Presidente da República não detém poderes executivos, maspossui um enorme poder de influência que deve exercer como pedagogia democrática. A sua eleição direta, consagrada na Constituição de Abril, é um ato da maior responsabilidade cívica que nenhum cidadão ou cidadã deve deixar por mãos alheias.

Socióloga de profissão, mulher comgrande sensibilidade e experiência política, até no plano europeu e mundial, Marisa Matias teve presenças regulares no distrito, nomeadamentena defesa da ferrovia ou noEncontro Alentejo-Andaluzia sobre as monoculturas; já como candidata,Marisa esteve recentemente em Fortes e Mértola, expoente da valorização da cultura como fator de desenvolvimento.

Para alémde razões partidárias, apoio Marisa porque ela é uma mulher de causas com que me identifico, como a defesa do ambiente, dos refugiados e da imigração. Obviamente, eu vou votar MARISA MATIAS.

A si, caro ou cara ouvinte, só lhe peço que VÁ VOTAR no próximo domingo.

Alberto Matos

Membro da coordenadora distrital do Bloco de Esquerda