NÃO POUPAR À CONTA DAS VÍTIMAS DA CRISE
Há necessidade de prolongar as medidas de confinamento não só para diminuir a
evolução da incidência, mas também para permitir aliviar a pressão dos internamentos
em enfermaria e em cuidados intensivos, têm que se contrapor os apoios sociais para
impedir que as consequências desta crise cavem mais fundo as desigualdades.
O governo que falhou na preparação da 2ª vaga;
Que falhou na abertura do ano letivo;
Que falhou na preparação da 3ª vaga;
Não pode continuar a falhar às pessoas e à economia, porque esta pandemia não está
a afetar toda a gente da mesma forma. Afeta as pessoas mais pobres, mais vulneráveis
e mais desprotegidas de uma forma mais dura, criando mais desemprego e mais
pobreza.
Neste distrito são bem evidentes as situações de aflição em que se encontram muitos
jovens que perderam o emprego e se vêm sem qualquer apoio, muitos idosos que
vivem no mais profundo isolamento, muitas famílias com dificuldade de conciliar o
apoio aos filhos com o trabalho precário ou o teletrabalho.
Ora é perante este cenário que não podemos aceitar que o governo queira poupar á
conta das vítimas da crise.
É inaceitável que tenham ficado por executar no orçamento de 2020 mais de 7 mil
milhões de euros que deveriam ter ido para apoios sociais.
É inaceitável que se criem barreiras no acesso ao subsídio de desemprego, ao apoio
aos trabalhadores precários, aos trabalhadores sazonais.
A urgência não pode ser o cumprimento do défice nem as imposições de Bruxelas.
A urgência só pode ser mais investimento em serviços públicos, na saúde, na resposta
concreta à pandemia, mas também na resposta ao desgaste que ela está a provocar
nomeadamente na área da saúde mental.
A urgência é na educação na criação dos meios necessários ao seu funcionamento
nestes tempos de dificuldade.
O que não se investir agora pagar-se-á, em dobro, no futuro.
Mariana Aiveca
Ex. Deputada do Bloco de Esquerda