O ministro da Administração Interna disse, ontem, que a prioridade da cerca sanitária, em Odemira, é a saúde pública, devido à Covid-19, mas o Governo está atento a problemas ligados aos trabalhadores agrícolas.
“Neste momento, a prioridade absoluta é a saúde pública e a resposta à pandemia”, disse Eduardo Cabrita em Odemira, argumentando que os problemas de habitação e do modelo económico da região “não serão, de certeza, resolvidos em uma ou duas semanas”.
Questionado pelos jornalistas sobre problemas que enfrentam os imigrantes que vêm trabalhar na agricultura no Alentejo, não apenas em Odemira, mas também em outros concelhos da região, nomeadamente, nas campanhas da apanha da azeitona, na zona de Beja, o governante defendeu que “o essencial é que existam medidas preventivas”.
Eduardo Cabrita exemplificou dizendo que “o Ministério da Administração Interna tem um Contrato Local de Segurança, em Serpa, que tem a ver com o olival intensivo, que integra todas as entidades em articulação com a câmara municipal” e que “já foi criado há alguns anos”.
Para já, segundo o ministro, no concelho de Odemira, onde está em vigor, desde sexta-feira, uma cerca sanitária, nas freguesias de São Teotónio e Longueira-Almograve, devido à elevada incidência de casos de Covid-19, há que resolver o problema sanitário.
Mas, adiantou Eduardo Cabrita, as questões relacionadas com os trabalhadores agrícolas, muitos deles imigrantes, que representam grande parte dos casos de covid-19 neste concelho, não estão esquecidas pelo Governo.
“Não é agora, não é hoje, não é essa a prioridade da cerca sanitária. Não é resolver esse problema, mas o Governo está atento”, afirmou.
Segundo Eduardo Cabrita, “um dos quatro pilares do programa do Governo é, exatamente, o desfio demográfico”, que tem, entre as suas componentes, “uma política de inclusão, de integração”, que “levou aliás à constituição, pela primeira vez, de uma secretaria de Estado para a Integração de Migrantes”.
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) tem “atuado no quadro daquilo que é a dimensão criminal”, lembrou, referindo que, ao mesmo tempo, existe neste concelho “uma economia que é relevante para a região” e “para o país”, ou seja, as empresas agrícolas, do setor hortofrutícola.
Estes “são os primeiros interessados em que o modelo económico que é desenvolvido nesta área seja um modelo associado ao respeito pelos direitos humanos, ao respeito pelo trabalho com direitos” e, igualmente, “ao respeito pelo direito à habitação”.
Eduardo Cabrita e a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, participaram na reunião
da ‘task force’ do concelho de Odemira criada pelo Governo para operacionalizar e implementar ações de controlo e prevenção da pandemia.
Rádio Pax/ Lusa