Eleita de Almodôvar terá usado dinheiros públicos em benefício próprio

O PSD de Almodôvar denuncia uma situação que diz ser “ilegal” e que se prende com o facto de Alexandra Mártires, tesoureira da Junta de Freguesia de Santa Cruz ter, alegadamente, utilizado “dinheiros públicos do concelho” num “claro aproveitamento em benefício próprio”.

Os dados partilhados pelos social-democratas remontam a abril do ano passado, altura em que a maioria do comércio estava encerrado, devido à pandemia de Covid-19.

De acordo com a mesma fonte, a eleita na Junta de Freguesia de Santa Cruz, proprietária de uma loja de produtos regionais – que na altura estava igualmente fechada – “numa reunião de executivo, aprova a aquisição de bens a ela própria”, com o objetivo de “adquirir produtos” da sua loja destinados aos cabazes de Natal, distribuídos posteriormente, aos fregueses.

O PSD de Almodôvar esclarece que foram entregues, num valor de perto de 4 mil euros, “239 cabazes pagos pela Junta de Freguesia” em causa, “à loja da qual a senhora é sócia gerente”.

Nesse sentido, António Sebastião, presidente da Concelhia do PSD de Almodôvar entende ser “taxativa a intenção de adquirir os ditos produtos naquela loja e percebe-se pelo conteúdo da ata, que mais nenhum produtor ou estabelecimento foi consultado sobre a possibilidade de fornecer esses produtos”.

Além disso, afirma ser “completamente falaciosa a explicação da senhora, de que mais ninguém teria capacidade para produzir os ditos cabazes, como afirmou numa publicação partilhada nas redes sociais, adiantando ainda, segundo o PSD, que “não consegue “ver onde está o favorecimento em comprar numa loja local”.

A Comissão Política sublinha que “nunca colocou em causa o gesto em si e aquilo que poderia ter sido uma ação interessante de proximidade, num momento muito difícil”, coloca sim “em causa a verdadeira motivação do mesmo, a sua legalidade e o claro aproveitamento em benefício próprio”.

Já Alexandra Mártires sublinhou à Rádio Pax que “não se revê na acusação” que lhe é dirigida, esclarece que é funcionária da loja e não proprietária e considera ainda, que a mesma não a pretende atingir diretamente, mas sim “outras pessoas” que ocupam cargos na autarquia de Almodôvar, fazendo alusão ao presidente do município, seu marido”.