Esta é a semana em que a Ovibeja e o 25 de Abril coincidem. É uma coincidência feliz pois que a Ovibeja não seria o que é sem a Revolução do 25 de Abril de 1974.
Por muitas coisas que estejam mal em Portugal e que necessitem de ser mudadas, só por ignorância ou por má-fé se poderá ainda ter saudadesdo que era a “apagada e vil tristeza” que se vivia neste país, como a qualificaria Luís de Camões se fosse vivo nesses tempos de ditadura. Para além dum desenvolvimento económico e social relevante o 25 de Abril trouxe-nos também, entre outras coisas, talvez a mais importante: a liberdade.
Sem essa liberdade a Ovibeja, mesmo que existisse, seria certamente muito diferente. Não nos esqueçamos que a Ovibeja começou por ser, e ainda é, uma criação da sociedade civil, concretamente da ACOS. Antes do 25 de Abril de 1974 a sociedade civil estava completamente controlada pelo poder político e eventos como a Ovibeja tinham que se enquadrar no contexto ideológico da altura ou muito dificilmente se realizariam. A dinâmica que a ACOS pôde imprimir a esta feira só foi possível nestes novos tempos que vivemos e que levaram a que os poderes públicos tanto autárquicos como outros fossem arrastados por essa dinâmica.
Por isso se eu tivesse que usar uma palavra para caracterizar a Ovibeja, essa palavra seria liberdade.
Liberdade para a região mostrar o que tem de melhor, aos que cá vivem e aos que vêm de fora.
Liberdade para os de fora, que querem vir mostrar o que sabem fazer.
Liberdade para nos divertirmos.
Liberdade para sermos felizes, pelo menos por uns dias.