Cinco milhafres-reais já sem vida foram encontrados no sul do concelho de Castro Verde, no passado mês de dezembro. A informação é revelada pela revista online “Wilder – Rewilding your days”.
De acordo com a mesma fonte, os animais foram encontrados, uma vez que, “uma das aves estava equipada com um emissor GPS, no âmbito do projecto LIFE Eurokite, que tem como objectivo reduzir a mortalidade desta espécie ameaçada de extinção no sul da Europa”.
“Esta ave tinha sido marcada com emissor na Alemanha e tal como grande parte da população do centro da Europa, veio invernar para o sul de Portugal”, pode ler-se no artigo da Wilder.
“Perante o sinal de mortalidade emitido pelo emissor GPS, os responsáveis pela monitorização deste projeto LIFE activaram o dispositivo de busca e detecção desta ave.”
Em resposta ao pedido de confirmação da morte e levantamento do cadáver, para ser analisado e ser determinada a causa da morte, deslocou-se ao local um militar da GNR de Almodôvar, acompanhado por pessoal técnico do LIFE Eurokite.
No seguimento desta deslocação, foi encontrado “o milhafre-real de forma quase imediata” e perante “as suspeitas de ter morrido envenenado, foi activado o protocolo do Programa Antídoto Portugal, para recolha e encaminhamento do cadáver”, explica a Wild.
A inspecção feita pela equipa cinotécnica permitiu que fossem encontrados na mesma área outros quatro milhafres-reais mortos, “com evidentes suspeitas de terem sido envenenados.”
A investigação está, actualmente, nas mãos do Núcleo de Investigação de Crimes e Contraordenações Ambientais do Comando da GNR de Beja, por suspeita de crime.
Recorde-se que, em 2016, foram envenenados, naquele território, 11 milhafres-reais, além de uma águia-imperial-ibérica e uma raposa, naquele que foi considerado “o mais grave caso de envenenamento de animais selvagens do Alentejo”.
Fotografia: A.Godino