Opinião: António Sebastião

O mês de janeiro foi um mês que nos assustou a todos pelos números que todos os dias nos eram relatados relativos à incidência do vírus na nossa sociedade. O número de novos infectados e de mortos foi qualquer coisa terrível é impensável que pudesse acontecer mesmo para aqueles mais informados sobre os efeitos desta pandemia.

Dei por mim a pensar quais os motivos que conduziram a esta situação, nós não somos mais indisciplinados do que os nossos vizinhos espanhóis, italianos ou franceses e estamos com os piores resultados em todo o mundo. Como é que isso é possível?

 Parece que temos de engolir tudo o que dissemos do Bolsonaro e do Trump.

Explicar esta situação apenas pelo facto de termos passado um Natal mais aliviado ou na variante inglesa do vírus, parece-me muito curta e é utilizada para encobrir todo um conjunto de indecisões e incompetência de quem nos governa nestes tempos tão difíceis.

O envio de sinais errados para as populações e a não tomada de decisões no tempo certo, sempre a pretexto de salvaguardar a economia, acabou neste aumento exponencial de infectados e de mortes e como consequência acaba por ser ainda mais penalizador para a economia do país.

É muito triste não termos utilizado plenamente os diferentes serviços de saúde, público, privado e social e

Termos deixado o nosso SNS chegar ao ponto a que chegou, com a necessidade de enviar os nossos doentes para diferentes latitudes.

É importante a solidariedade entre países amigos, mas é triste termos de receber apoios diversos de quem tem o mesmo problema que nós, mas que soube trata-lo de forma bem diferente, tomando as decisões certas nas alturas certas.

É triste sermos informados que em termos relativos somos o país mais atrasado da EU no processo de vacinação, é obra, e depois assistimos ao oportunismo e xico espertismo de alguns em todo o país, mercê das suas posições, são vacinados á frente das populações de risco numa atitude imoral sem ética e sem valores e ao que parece não lhe vai acontecer nada.

O que não admira porque o exemplo vem de cima:

Quando uma ministra mente ao país e à EU, envergonhando Portugal e continua alegremente no governo, quando um ministro é cúmplice na tentativa de encobrir o assassinato de um cidadão estrangeiro pelos serviços do SEF e continua penosamente no governo, quando um ministro das finanças sai diretamente do governo para Governador do Banco de Portugal ou quando se substitui o Presidente Tribunal de Contas porque está a fazer um bom trabalho, está tudo dito.

E vivam as sondagens.

António Sebastião

Vereador do PSD na Câmara Municipal de Almodôvar