Opinião: Rui Marreiros

3A´s |Autarcas, autarquias e autárquicas

(do populismo à valorização da política)

Talvez, nos momentos conturbados em que vivemos, passe infelizmente despercebido, mas hoje, mais do que nunca, é absolutamente crucial a importância dos políticos e da política na vida das pessoas. A expressão máxima deste serviço público está no nível autárquico, nos municípios, nas freguesias, nos respetivos órgãos e demais agentes que os compõem. A sua credibilização e valorização é por isso decisiva, num papel que cabe, desde logo aos próprios.

Na sua vida, o autarca precisa de gostar do detalhe e da proximidade, é preciso estar comprometido, é preciso sentir o pulsar dos grandes, mas também dos pequenos problemas que estão à nossa volta. Precisa de, ao mesmo tempo, ver árvore e a floresta, sem nunca se deixar confundir.

É necessária energia, dedicação, ter a coragem de arriscar, decidir e saber dizer não, resistir a estímulos e pressões, rejeitar o populismo, potenciar os avanços, mas ser firme nos recuos, se necessários.

A vida autárquica tem de ser feita com paixão, profissionalismo com certeza, preparação para a função, mas sempre com paixão. Um autarca tem de sentir o seu concelho ou a sua freguesia mais do que qualquer outro, tem de gostar verdadeiramente. 

As próximas eleições autárquicas não são umas eleições quaisquer, são especiais naquilo que podem representar por dois caminhos que, ao se juntarem, darão corpo a uma grande via rumo ao futuro. Desde logo, o desafio da retoma e da recuperação económica, com o que isso vai exigir em termos de ação no terreno e políticas de proximidade, somado ao início de um novo ciclo de investimentos para a década. Dois grandes argumentos a favor de uma transição e uma continuidade que pode e deve ser assegurada a bem do futuro.

Concluo com a minha convicção de que em Beja, será necessário continuar a governar para cada um dos Bejenses, aproveitando esta grande oportunidade para dar espaço à continuidade, para dar forma ao caminho que se iniciou com o primeiro voto de confiança e que agora volta a ser necessário renovar para que seja possível dar a Beja o futuro que a cidade, o concelho e a região sempre mereceram.

Com ajustes e melhorias? Claro que sim, mas no essencial é necessário continuar a dar corpo a esta nova forma positiva e transparente de fazer política, de cumprir, sem populismo, sem demagogia, sem oportunismos, de honrar a palavra dada com serenidade e confiança. É necessário honrar a nobreza da política, dos valores e criar condições de médio prazo, de continuidade, para se pensar nas pessoas, na cidade e no futuro. 

É por isso que estou convicto de que os eleitores ajudarão a que Beja siga o seu caminho, um caminho de continuidade das políticas atuais, mas também uma caminhada de descoberta de novas formas para fazer ainda mais e melhor.

Rui Marreiros

Administrador Executivo da EMAS