Fernanda Pereira: Cai a máscara…

Na passada sexta-feira deixou de ser obrigatório o uso da máscara cirúrgica enquanto meio de proteção contra o vírus da COVID 19. Muitos de nós sentem que talvez estejamos a arriscar demais, afinal o “ bichinho” anda por aí, outros dirão, finalmente…, outros ainda sentirão que afinal andámos dois anos de máscara sem necessidade.

Nada de novo. Porém, a grande novidade foi assistir a concertos na Ovibeja em que os espectadores eram tantos e tão juntinhos que nada faria crer que acabámos de passar pela experiência mais difícil da nossa vida coletiva (assim esperamos).

Ontem e hoje pensamos todos, tomara que não tenha havido contágios. Como não houve? Certamente que os houve, tudo depende do número de contagiados. O risco não é zero, embora nos apeteça pensar que é. Vamos passar a semana a sentir cada espirro como um possível sintoma e cada dúvida como uma recomendação para ir fazer teste…

Habituamo-nos a ver todos de máscara e agora um novo exercício de reconhecimento facial… Como serão os alunos sem máscara? E os professores?
Ai se a moda pega e caem todas as máscaras, vamos ter boas surpresas, ou talvez não…
Imaginem os nossos ouvintes e leitores se um dia destes, os nossos políticos profissionais passassem realmente a defender as suas ideias, em vez de propagarem o conteúdo das, já gastas cassetes, que nem por um segundo têm aderência a realidade.
Como seria, se em vez de falsas preocupações com os refugiados da guerra, viessem ao de cima os verdadeiros interesses de muitos, em mão de obra qualificada e barata?
No dia em que percebermos que muitas das dotações do orçamento do nosso país, em vez de servirem para dar resposta às necessidades da população, apenas esperam o momento certo para serem “congeladas”, e serem destinadas a fins diferentes dos originais ou nem serem gastas, passaremos a perceber que afinal a máscara era o objeto de uso mais corrente no nosso país.

Fernanda Pereira

Professora no IPBeja