2020, um ano de solidariedade…
Um ano que começou com o anúncio de uma pandemia, que colocou o mundo, inacreditavelmente, em casa. Os nossos hábitos de vidasofreram uma profunda reviravolta. A máscara tirou-nos a expressividade e distanciarmo-nos do outro tornou-se a maior demonstração de afeto.
O silêncio das ruas foi preenchido pelas palmas aos heróis que íamos descobrindo a cada semana, por manifestações culturais e pela solidariedade de um povo que se reinventou.
Muitos anunciaram o colapso do Serviço Nacional de Saúde.Não aconteceu. Um estudo recente diz-nos que a capacidade de resposta do SNS para os portugueses nem é assunto, porque confiam. Eu diria que é assunto, assunto de orgulho nacional, foi o SNS que amparou os portugueses na pandemia, em tempos de incerteza.
A incerteza que habitou a nossa vida.Sim, perceberam bem, usei o verbo no passado.
Porque o que a ciência conseguiu em tempo recorde com uma solidariedade nunca antes vista na área, porque a Europa esteve forte e unida em todo este processo, merece da nossa parte a responsabilidade de pensar na incerteza como passado e alimentar o sonho de uma União plural, diversa e aberta ao mundo.
Os dias que vivemossão dias de esperança, de confiança em que devemos convocar de novo a solidariedade de cada um de nós ao serviço de Portugal, inspiremo-nos por isso no Dr. António Sarmento, o primeiro português a ser vacinado, que disse:
“deixar-se vacinar tranquilamente é uma forma enorme de ajuda, de ajuda à comunidade e à humanidade”.
Ignoremos quemse referiu ao primeiro dia de vacinação como um “espetáculo mediático” e um “folclore”, pois é alguém que não sabe nada sobre saúde psicológica, solidariedade, confiança e esperança, é alguém que não conhece os portugueses.
É certo que os cuidados vão manter-se, e com eles a máscara irá continuar nos nossos rostos, mas o nosso olhar pode brilhar de esperança, de empatia e de confiança.
Por tudo isto refiro-me ao ano de 2020, como o ano da solidariedade e desejo que cada um de vós leve para 2021 a decisão solidária de se vacinar, por si, pela sua família, pelo Baixo Alentejo, pelo nosso país, pela humanidade.
Feliz ano Novo!